Mensagem da Irmã Maria Freire da Silva na abertura do Conselho Plenário Geral ICM

Queridas Irmãs, Bom dia!

Estamos hoje iniciando o segundo Plenário do sexênio, porém, o primeiro presencial. Há quase dois anos o Capítulo Geral com o Tema: “em fidelidade à raiz fundacional, no compromisso místico-profético com a vida, e com o Lema: Saiamos as pressas, a vida clama”, nos lançou o desafio de: a partir de uma fidelidade criativa e fecunda ao Carisma e Missão congregacional, responder com ousadia profética os apelos inéditos da Divina Ruah. Para isso é necessário sabedoria.

Para isso escutar com os gritos dos pobres, da terra, da Casa comum. Sabedoria é um conceito rico. É muito mais do que um conjunto de conhecimento. Refere-se à maneira de ser e agir no mundo. Sabedoria é uma aptidão e uma disposição. A pessoa sábia sabe qual é a ação certa e quer executá-la. Sabedoria é a capacidade de escolher os melhores objetivos e discernir o melhor caminho para alcançá-los. Sabedoria envolve viver nossa vida em consonância com o real para que possamos alcançar o bem mais alto. A sabedoria leva em conta a profunda estrutura da realidade, escolhe objetivos e métodos em harmonia com ela.

A sabedoria abraça os melhores objetivos e escolhe os caminhos ideais para alcançá-los. Que ações e valores nos pedem para viver sabiamente e caminhar sinodalmente em um mundo interconectado, emergente, infundido por Deus, contribuindo para um mundo sustentável. A sabedoria consiste em saber a hora certa, de interagir no caminho sinodal, onde a jornada sinodal é um processo de conexão, de escuta e discernimento, e de falar nossa verdade com coragem. O tempo para a fala é o tempo que segue uma escuta profunda. É quando nos abrimos em verdadeira vulnerabilidade ao outro. O silêncio certo está a serviço da escuta atenta. Cria um espaço de compreensão, conversão e crescimento. O silêncio atento é um ato de hospitalidade radical. É necessário fazer discernimento, dialogar com as diferenças, aprender a conviver com a diversidade abraçando a vulnerabilidade. A sabedoria da vulnerabilidade reconhece as formas pelas quais dependemos da hospitalidade radical dos outros.


A hospitalidade é essencial para a sinodalidade porque cria possibilidades de transformação através do encontro. LIDERANÇA, VULNERABILIDADE E AUTOCONHECIMENTO.

O Espírito que nos guiará no caminho sinodal é o Espírito do Pai que dinamizou a vida de Jesus, mas é também o Espírito de Jesus, que habita nele e o move “a partir de dentro!” Este Espírito que nos foi dado como corpo, como Igreja, e também como batizados. Portanto, nesta caminhada, nós que cremos, temos que tomar consciência dessa presença que nos guia e ilumina a partir de cima (daquele que inclina seu ouvido e desce) e daquela presença que habita em nós como um Corpo, habita em cada um de nós e que, através do discernimento, como ponto de chegada de um processo que começou na escuta.


Somente quando o universal é pensado, a incorporação da “diferença”, faz-se justiça ao que é diferente e podemos dizer que estamos realmente caminhando juntos em direção àquela comunhão que só pode ser pensada à imagem da vida do Deus Trinitário, um na diferença das pessoas. Se a espiritualidade sinodal exige que caminhemos juntos e pensemos juntos, a fim de discernirmos juntos, isso terá que ser feito incorporando as diferenças, e também abraçando os pequenos relatos das minorias, não apenas as narrativas, os relatos dos dominantes. Cuidados da terra, A casa comum, que também somos chamados a levar em consideração, a cuidar. Caminhar juntos abraçar a vulnerabilidade congregacional em caminho sinodal.

Abraçar a vulnerabilidade da terra, abraçar o amanhecer de uma noite em gestação da justiça e da verdade.

Irmã Maria Freire da Silva.
Diretora Geral

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