O mês de abril chega para nós trazendo a Boa Nova da Ressurreição:
“Este é o Dia que o Senhor fez para nós, exultemos e alegremo-nos nele!” (Sl 118,24).
Inicia a Semana Santa com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, montado em um jumentinho, com toda realeza e esplendor (Mt 21,9), ornado com a simplicidade do Projeto do Reino de Deus. Ouve-se vibrar o som da vida nova, reproduzido na esperança de tantas crianças anuladas em sua dignidade, nos povos indígenas avassalados em seus direitos de viver, nas populações vulneráveis que habitam as ruas das grandes cidades. Jesus experiencia a alegria na aclamação do povo, embora consciente de que essa Semana seria o ápice da exigência de fidelidade ao Projeto Divino. A aclamação o revela em sua verdadeira realeza, simplicidade e radicalidade do Projeto em defesa da vida dos pobres e dos vulneráveis da história. A afirmação da Comunidade eclesial: “Este é o Dia que o Senhor fez para nós, exultemos e alegremo-nos nele!”(Sl 118,24), nos enche de alegria e do esperançar que chega em nossas vidas, entrando nas janelas da humanidade, pela porta da Casa Comum.
Da Paixão e morte à Ressurreição, conspirações e negações, constituem o Cálice de Jesus ao iniciar o Tríduo Pascal na quinta-feira Santa à noite, se estendendo pela Sexta- Feira Santa encerrando-se, na noite do Sábado Santo ao celebrarmos a Vigília Pascal. É tempo para adentrarmo-nos no Mistério do Crucificado e do Ressuscitado. Exige um descentrar-se da alma de forma visceral, coadjuvada pelo cérebro e o coração. O Tríduo pascal nos torna espaços da alegria gestada na noite em Vigília da Comunidade Cristã.
É tempo de dedilhar a Lira, e as cordas da Cítara, e afiná-la em suas diversas alturas, com a melodia da harpa, fazer nosso canto de louvor, fazendo vibrar nossas vísceras, estremecer nossos rins, e no pulsar de nosso coração em festa, dancemos a valsa tocada pela Orquestra de um Futuro que já chegou! É tempo de saída em passos sinodais, na alegria e na esperança da Ressurreição. Olhar para o alto e para baixo de onde um túmulo frustrado abre sua pedra à mão e ao som que vem do céus. Tempo de acolher o Ressuscitado, olhar para a terra, espaço da encarnação do Verbo, da Missão da Morte e Ressurreição de Jesus, o Cristo de Deus. Tocar a Lira, a Cítara e a Harpa, dançar para o nosso Deus, alimentar-se da força que vem do Senhor num canto jubiloso, numa valsa sem limites, constituída com minuetos de amor e tolerância, sob o ritmo de um violino que coadjuva com o piano do Novo Tempo.
Feliz Páscoa!
Um abraço trinitário pascal.
Irmã Maria Freire da Silva.
Diretora Geral Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria.
Bacharel e mestra pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, de São Paulo e doutora em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma, Itália.