Artigo Mensal | Bárbara Maix e Catarina de Alexandria: Mulheres fortes e unidas pelo ideal de viver para Cristo

O mês de novembro, em seu calendário litúrgico, traz presente um número considerável de santos/as e mártires. É sempre uma alegria poder contemplar as maravilhas de Deus na vida de tantos seguidores e seguidoras de Jesus Cristo. Nós, Irmãs do Imaculado Coração de Maria, temos um motivo especial para louvar e agradecer a Trindade Santa: a memória de nossa querida fundadora, Bárbara Maix, que celebramos dia 06 de novembro.

Bárbara, jovem-mulher, que no século XIX em sua amada Viena, olhou os jardins e percebeu nos labirintos da cidade, o sofrimento de jovens domésticas em situação de prostituição. Olhou, escutou os gemidos abafados pelas revoluções que degradavam a velha monarquia europeia, desceu e teve compaixão. Na saída de si mesma, pôs a serviço os seus conhecimentos, suas influências para visibilizar o Projeto de Deus guardado em seu coração. Deu passos em direção às autoridades competentes, no intuito de efetuar o sonho da Trindade em sua vida. E, no “estilo de Deus”, em abertura ao dinamismo da Divina Ruah, na pertença fiel a Jesus Cristo, inicia o caminho sinodal em uma apressada Busca da Vontade divina nos viés de Viena e do Brasil.

Celebrar esse dia, é celebrar um Projeto que transborda da graça trinitária para a defesa e a promoção da vida. Celebrar esse dia, nos põe em saída na escuta dos murmúrios dos pobres.
No dia 25/11/2022, celebramos a memória de Santa Catarina de Alexandria, considerada mãe dos filósofos, nasceu na culta e esplendorosa cidade de Alexandria no III século do cristianismo. Filha de um nobre parente da casa imperial. Catarina recebeu uma educação e formação muito cuidadas e seletas. Frequentou o Didascálio digno do sucessor do antigo museu. Ali conheceu Aristóbulo, Filão e Plotino. A filosofia humana não a convence do todo, e por isso, busca por outros caminhos que ela considerava a verdade e o fundamento das coisas criadas. Foi assídua à Biblioteca de Alexandria. Catarina possuía uma rara e lúcida inteligência penetrante e objetiva.

Decide seguir a escola catequética onde se fascina pelas palavras de Jesus e muito mais ainda, por seu estilo de vida. Prossegue suas aulas no Didascálio e chega a ser mestra nas diversas questões exposta em aulas. Jesus Cristo torna-se o centro de sua vida, ela que sempre possuiu a harmonia. Percebe Jesus Cristo como a harmonia e a sabedoria, e, em uma cerimônia privada se consagra a Deus.

Catarina visita os cristãos no cárcere e os fortalece. Chamada diante do imperador e de filósofos imperiais famosos, os vence, deixando o rei enfurecido que logo mandou acender uma fogueira em praça pública e condena os filósofos a morte. Os pagãos, cheios de uma serenidade sobrenatural, se jogam aos pés de Catarina e dizem: “Jovem cristã, nós confessamos ao Deus que tu adoras, vemos sua luz e te pedimos rogues ao teu Senhor Jesus Cristo, que perdoe os nossos pecados passados e nos faça dignos de receber o batismo, os dons do Espírito Santo e entrar em seu reino”.

O imperador fascindo pela formosura de Catarina lhe disse que se convertia ao cristianismo e a faria sua esposa, a que ela respondeu: “não quero outro esposo, senão a Jesus Cristo. Prefiro a coroa do martírio ao diadema imperial. Meu martírio atrairá à fé em Jesus Cristo, teus súditos os que habitam em teu palácio”. Enlouquecido, o imperador mandou despojá-la de seus ricos vestidos e açoitá-la cruelmente, depois a jogaram na prisão. Após uma sigilosa visita e conversão da imperatriz Augusta, foi novamente levada diante de Maximiano, que a torturou com imensa crueldade. Sendo interrompido por sua esposa, que a defendeu como serva do Senhor, Maximiano mandou decapitar a própria esposa. Toda guarda imperial se converteu ao cristianismo. Catarina foi degolada nos dias 24 ou 25 de novembro de 305 durante a perseguição aos cristãos.

Catarina deixa para as mulheres a ousadia diante do mal, o argumentar sobre a verdade da fé com sua inteligência e conhecimento da ciência do seu tempo, a filosofia, colocando-a a serviço do Evangelho. Foi testemunha radical do Ressuscitado, atraindo muitas pessoas para o seguimento a Jesus Cristo, confundindo os fortes em suas vulnerabilidades.

Bárbara Maix, mergulhada na sua realidade, emerge como testemunha de um Tempo Novo, através de sua consagração, acolhe o Carisma de Fundadora. São duas mulheres fortes, uma do século III, outra do século XIX, unidas pelo mesmo ideal de viver para Cristo consagrando a vida até as últimas consequências. Cada uma a seu tempo, venceu inimigos, através da entrega fiel ao Deus da vida.

 

 

 

 

 

Irmã Maria Freire da Silva.
Diretora Geral Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria.
Bacharel e mestra pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, de São Paulo e doutora em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma, Itália.

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