Comissão de Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB aposta na formação como prioridade de ação

Depois da parada forçada pela pandemia, a Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano(CEPETH), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), retomou os trabalhos com foco no planejamento das ações para 2022 – 2023.

Em reunião realizada nos dias 06 e 07 de dezembro, em São Paulo, os/as integrantes da comissão – bispos, padres, religiosas, leigos e leigas, estudaram, debateram e planejaram as ações.

A Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria integra a comissão, através das redes e organizações de enfrentamento ao tráfico humano, como a Rede Um Grito Pela Vida. Participaram do encontro as Irmãs Maria Bernardete Macarini, Eurides Alves de Oliveira e Roselei Bertoldo. Também participou o leigo ICM Francisco Alan Silva, que integra a Comissão Pastoral da Terra, a CPT.

Irmã Bernardete, Francisco Alan, irmã Eurides e Irmã Roselei – presença ICM no encontro


A conjuntura brasileira e mundial, que já não era fácil, ficou ainda mais desafiante com o agravamento das vulnerabilidades sociais na pandemia. Tal acontecimento condenou os empobrecidos à miséria e à fome. E essa é uma das causas que favorece essa modalidade de crime. No encontro, a CEPETH identificou novas modalidades de assédio às vítimas.

Segundo a Irmã Eurides Alves de Oliveira, uma das preocupações é com o mundo virtual. Os aliciadores encontraram nesse meio novas formas de encontrar vítimas em potencial. Dados estudados revelam um crescimento assustador:

“A dimensão das virtualidades, como mecanismo de gerenciamento e de sustentação das redes do crime, é algo que nos desafia. Esse é um dado novo no caminho da comissão que a gente sente que precisa agregar nos nossos processos formativos”, disse.


A Comissão constata ainda um ritmo acelerado de casos de tráfico humano para fins de exploração sexual, trabalho escravo, servidão doméstica.

Irmã Eurides destaca ainda que o foco da Comissão é abrir espaço para a formação de multiplicadores

“Conversamos sobre a importância do trabalho em rede e a necessidade de nos articular rede nacional, continental e internacional e o nosso programa de caminhada 2022-2023 será um processo amplo de formação de base, a partir regionais, das dioceses, das prelazias, das organizações que atuam ou que são sensíveis a essa causa”, disse.

Junto com isso serão elaboradas estratégias de comunicação para incidência social e formação, assim como momentos nacionais de diálogos com o poder público e canais de denúncias e processos de formação com adolescentes e jovens.

Segundo dom Evaristo Spengler, “a luta pelo direito à vida é a liberdade de todos os seres humanos não é tarefa de alguns escolhidos, mas uma exigência do Evangelho para todos os que creem em Cristo”. Para o bispo da Prelazia do Marajó e presidente da Comissão, “essa Comissão junta-se ao sonho do Papa Francisco de que toda a Igreja, desde os cardeais, passando pelos bispos, padres, religiosos e religiosas, leigos e leigas, até o mais anônimo entre os fiéis, assuma a luta contra esse pecado que brada aos céus – a transformação de corpos em mercadoria para produzir lucro – que é o tráfico humano”.


Por: Magnus Regis, Com informações Vatican News

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