Artigo Mensal: Isidoro de Sevilla

Isidoro de Sevilha (560-636), nasceu em uma família de proveniente de Cartagena, mas logo se tornou órfão de pai. Cresceu e foi criado por seu irmão mais velho, Leandro, que o precedeu na cátedra de Sevilha, junto com outro irmão e uma irmã, que também se tornaram religiosos e, depois, venerados como Santos pela Igreja. Bispo espanhol do século VII, autor de diversos tratados teológicos (Gilson, 2007). Seu livro das sentenças, busca a correção de controvérsias teológicas e da difusão das heresias, sobretudo o arianismo, centrando sua discussão sobre a vida humana na noção de pecado: “A vida humana é o palco da luta das virtudes contra os vícios […]” (Feldman, 2010, p. 176), aproximando-se de Deus ou dele se afastando, a depender de sua espiritualidade ou da ausência dessa. Para Isidoro, o corpo humano deve ser rigidamente controlado, reprimido e contido em seus impulsos.

Ao ler as obras de Santo Agostinho e São Gregório Magno, Isidoro tornou-se o homem mais instruído da sua época e, ao mesmo tempo, também um dos Bispos mais populares e amados.

Quando, seu irmão Leandro, faleceu, Isidoro, que já era clérigo em Sevilha, o sucedeu no episcopado.

Ele trabalhou, arduamente, por 36 anos, difundindo a doutrina, contra as heresias do seu tempo, como o Arianismo, convertendo os Visigodos, a ponto de até presidir o Concílio de Toledo, em 633. Isidoro deu grande importância à liturgia, encorajando o uso de hinos, cantos e orações, que constituíam o rito moçárabe, também chamado “Isidoriano”.

Defensor convicto da necessidade de os candidatos ao sacerdócio serem bem-preparados e instruídos, fundou o primeiro Colégio, prelúdio dos Seminários modernos. Tudo isso sem descuidar das práticas de piedade, da oração, da penitência e da meditação, em qualquer momento do dia. Homem da gramática, da retórica, da dialética, da matemática, da música, e que ainda acumulava o conhecimento da medicina, da agricultura, das línguas e da teologia.

Educador de visão e de aguda sensibilidade pastoral, identifica o problema de sua época: graves necessidades culturais, tanto mais urgentes, quanto mais precária a base de conhecimentos (adquiridos e disponíveis…). E encontra a solução pedagógica na fórmula: opúsculos que condensem o essencial, de modo fácil e acessível para a memória (Lauand, 2002, p. 4-5). …] à construção de um saber enciclopédico ordenado através do estudo das etimologias, que nos faz conhecer a verdadeira essência das coisas (homem = homo = humus = terra), valoriza um conhecimento como análise. Além disso, Isidoro delineia uma filosofia da temporalidade. Tinha uma mente aguçada capaz de articular os mais diversos temas. (VN) Isidoro de Sevilha elaborou várias obras com o intuito de fornecer, por um lado, manuais que possibilitassem, aos clérigos, a exegese bíblica para a explicação das passagens do texto sagrado aos cristãos e, por outro, textos que atendessem à necessidade da aristocracia visigoda de uma formação intelectual mínima. Do ponto de vista de Isidoro, os saberes clássicos, incluída a gramática, deveriam ser utilizados de maneira cristã.

Isidoro, você pode sintetizar toda esta linha de argumentação e, através de um advérbio, onde, expressa a comunhão íntima entre o Padre, o Filho passa pelo Espírito de ambos. Comunhão que na realidade não é sim consubstancialidade, e não é exclusivamente relativa ao Padre e ao Filho sim também ao Espírito Santo. Trata sobre o Espírito como Paráclito, como consolador e inspirador, e advogado, autor das Sagradas Escrituras, na perspectiva espiritual mística dos fiéis.

Na verdade, na Espanha, o Filioque fui adicionado ao símbolo, no início em contextos não litúrgicos, a partir do III concílio de Toledo (589), muito antes, por tanto, da atividade teológica e pastoral de Isidoro de Sevilha. Assim, na profissão de fé realizada pelo rei Recaredo da Espanha visigoda no ato formal de sua conversão ao catolicismo durante o III Concílio de Toledo, encontramos a referência explícita:

O Espírito Santo procede do Pai e do Filho e com o Pai e o Filho é uno em substância. O Espírito Santo foi enviado oferecer unidade à Igreja, ser um só corpo, de maneira “semelhante” ao que por meio do mesmo Espírito o Padre e Filho, Filho, em essência, uma única coisa. A ação unificadora do Espírito na vida trinitária, por ser justamente o Espírito do Padre e do Filho, se reflete na Igreja Corpo único que forma os fiéis. O mesmo Espírito que, junto ao Padre, é enviado a Cristo. O Espírito Santo é por tanto um dom que se doa, como explicará mais detalhadamente na Etimologia. Argumenta que o Espírito Santo enquanto habitação foi doado aos justos e injustos. Os efeitos práticos da presença do Espírito Santo no mundo e, especialmente, na vida da Igreja. (Augustinianum).

São apenas alguns aspectos da vida desse santo que contribuiu muito com o sistema educacional do Ocidente. São Padres da Igreja que nos ensinam na escalada da fé a testemunhar a fé articulada ao saber.

Por:

 


Irmã Maria Freire da Silva.

Diretora Geral Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria.
Bacharel e mestra pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, de São Paulo e doutora em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma, Itália.

 

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